A união entre fatores hereditários, hábitos pouco
saudáveis e o inevitável envelhecimento podem trazer consequências,
muitas vezes, irreversíveis. É o caso da osteoporose, que muitos
acreditam ser tipicamente feminina. Isso porque, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% das mulheres com mais de 50 anos são atingidas.
Apesar
de ser em menor porcentagem, o sexo masculino não está livre da doença:
10% dos homens, na faixa dos 50 anos, também desenvolve o problema.
"Certamente os números são maiores, pois a osteoporose no homem é
subdiagnosticada", enfatiza o dr. José Goldenberg, reumatologista do
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).Embora tenha ossos mais fortes e largos, a combinação entre a perda natural de elementos minerais, baixa produção de hormônios masculinos (testosterona), histórico familiar e os maus hábitos de vida também afeta o sexo masculino, à medida que o volume da massa óssea é reduzido. "Com essas características, os ossos tornam-se mais finos e de extrema sensibilidade, com prejuízo de sua arquitetura. Dependendo do impacto, ficam mais sujeitos às fraturas", alerta o dr. Goldenberg.
A osteoporose no sexo masculino pode ser mais agressiva e perigosa do que no feminino, pois o pico de massa óssea (reserva de osso) ocorre entre 18 e 40 anos – mais tarde que na mulher, quando o pico fica entre 14 e 30 anos. Segundo o dr. Goldenberg, essa reserva tardia faz com que, depois dos 40 anos, o homem perca, a cada quatro anos, cerca de 10% do osso cortical, a camada mais externa e mais resistente, portanto a proteção.
Tipos de osteoporose
Osteoporose idiopática: atinge homens dos 20 aos 80 anos, com maior incidência depois dos 70 anos. Não há causa identificada para esse tipo da doença.Osteoporose secundária: responsável por cerca de 30% a 60% das fraturas da coluna vertebral. Atinge homens de qualquer idade. Nesse caso, existem fatores de risco associados à perda e à modificação dos ossos.
Fatores de risco
Além do envelhecimento e do desgaste natural dos ossos, outros motivos podem ajudar a acelerar a doença, que atinge homens em qualquer idade. São dois tipos de fatores de risco:Fixos
- Idade
- Constituição corpórea
- Raça/etnia
- Histórico familiar
- Sexo
Modificáveis
- Alcoolismo
- Tabagismo crônico
- Redução da taxa do hormônio masculino (testosterona)no organismo
- Doenças reumáticas (artrite, por exemplo)
- Transplante de órgão
- Sedentarismo
- Hipertireoidismo
- Hiperparatireoidismo
- Cirrose hepática
- Doenças inflamatórias intestinais
- Diabetes
- Imobilização prolongada
- Uso excessivo de medicamentos (como anticonvulsivantes, heparina, cortisona, hormônios tiroideanos, entre outros)
Prevenir é possível
A osteoporose deve ser prevenida. Os fatores de risco permanentes não podem ser evitados; entretanto, alguns cuidados ajudam a retardar o desenvolvimento da osteoporose, em razão dos fatores modificáveis.Um ótimo caminho é começar pela alimentação balanceada, ingerir principalmente cálcio e vitamina D ou um banho de sol, pois ajudam a fortalecer e retardar a perda de massa óssea.
As atividades mais recomendadas são as que trabalham o
equilíbrio, a resistência e o fortalecimento da massa muscular. Com
isso, é possível prevenir quedas e eventuais fraturas
Outras formas de prevenção consistem em suspender o tabagismo,
consumir moderadamente bebidas alcoólicas, café, chá e tomar
medicamentos apenas com indicação médica. O mais importante é praticar
exercícios físicos regularmente. “As atividades mais recomendadas são as
que trabalham o equilíbrio, a resistência e o fortalecimento da massa
muscular. Com isso, é possível prevenir quedas e eventuais fraturas”,
sugere o dr. Goldenberg. Essa doença demonstra poucos sintomas. Se não forem feitos exames preventivos para o seu diagnóstico, pode passar despercebida. “Quando ocorrem fraturas ou microfraturas, a pessoa sente dores agudas no local; assim, é possível desconfiar que o caso possa ser de osteoporose”, orienta o reumatologista. Outra forma de identificar a doença é quando a pessoa começa a ficar corcunda e perde altura progressivamente.
Tratamento sob medida
O tratamento é individualizado, dependendo de cada caso e deve sempre ser supervisionado por um especialista. “É possível prevenir e tratar a osteoporose, inibindo a perda de massa óssea ou estimulando sua formação, mas isso deve ser discutido apenas com o médico”, enfatiza o dr. Goldenberg.
Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/osteoporose-e-problema-tambem-para-homem.aspx