quinta-feira, 29 de março de 2012

Cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para algumas pessoas com a doença.


Dois estudos, publicados pelo New England Journal of Medicine, mostraram que a cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus1 para alguns diabéticos obesos que não conseguem controlar a sua glicemia2. A cirurgia também ajudou a reduzir a pressão arterial e o colesterol3.
Os novos estudos são os primeiros a comparar rigorosamente o tratamento medicamentoso do diabetes4 às cirurgias de redução do estômago5 e desvio de intestino para controlar a doença. Os médicos já sabem que a cirurgia bariátrica pode, em algumas situações, melhorar o controle glicêmico de diabéticos tipo 2, mas faltavam dados concretos. A questão agora é se a cirurgia bariátrica, com seus riscos e complicações, deve ser mais largamente utilizada nesses casos. Alguns especialistas alegam que novos tratamentos para a doença são necessários e que outros estudos maiores do que os dois publicados devem ser realizados.
As cirurgias usadas nos estudos ajudam a controlar o diabetes4 não somente por permitir o emagrecimento, mas também por mudar a anatomia e alterar níveis de hormônios intestinais que afetam o metabolismo6 de açúcar7 e gorduras.
Um dos estudos, conduzido na Universidade Católica de Roma, comparou dois tipos de cirurgia com o tratamento usual para o diabetes4. Ele envolveu 60 pacientes com idades entre 30 e 60 anos, com IMC maior ou igual a 35 kg/m², com história de pelo menos 5 anos de diabetes mellitus1 e com níveis de hemoglobina glicosilada8 maior ou igual a 7%. Eles foram escolhidos aleatoriamente para receber tratamento médico ou uma das duas operações. A primeira operação, bypass gástrico, reduz o estômago5 e reorganiza o trato digestivo de modo que o alimento entra no intestino delgado9 um pouco mais tarde que o habitual. A segunda, derivação biliopancreática, também reduz o estômago5 e altera o intestino delgado9 de uma forma mais extrema, além disso, a vesícula biliar10 é retirada. Depois de dois anos dos procedimentos, a equipe cirúrgica observou uma taxa de remissão de 75% (com o bypass gástrico) e de 95% (com cirurgia biliopancreática). Não houve remissão no grupo que recebeu o tratamento medicamentoso padrão.
O segundo estudo, realizado na Cleveland Clinic, comparou dois tipos de cirurgia com um regime medicamentoso intensivo de tratamento para o diabetes mellitus1. A pesquisa incluiu 150 pacientes obesos (IMC entre 27 e 43 kg/m²), diabéticos com níveis glicêmicos não controlados e com média de hemoglobina glicosilada8 de 9,2%. As idades variaram entre 20 e 60 anos. Os pacientes receberam tratamento médico intensivo, bypass gástrico ou gastrectomia vertical (corta parte do estômago5, reduzindo o seu tamanho e diminuindo a ingestão de alimentos. É uma operação um pouco mais simples e mais segura do que o bypass gástrico e está se popularizando). As taxas de remissão da doença, após um ano do procedimento, foram mais baixas do que as do estudo italiano - 42% (com o bypass gástrico) e 37% (com a gastrectomia vertical) - pelo menos em parte, porque o grupo americano usou uma definição mais estrita da remissão. O tratamento medicamentoso intensivo levou à remissão em 12% dos pacientes.
O Dr. Philip Schauer, que liderou o estudo americano e realizou as cirurgias, disse que as taxas de remissão foram menores do que o esperado. Uma possível razão é que os pacientes tinham diabetes4 muito avançado.
Nenhum dos estudos envolveu a cirurgia conhecida como Banda Gástrica Ajustável, a qual usa um balão inflável de silicone que é colocado na parte superior do estômago5. Este procedimento é completamente reversível, pois não corta nem retira nenhuma parte do estômago5, permitindo a digestão11 e o aproveitamento dos nutrientes.
As publicações envolveram estudos relativamente pequenos, que não ultrapassaram dois anos de seguimento. Os autores dizem que não está claro se a cirurgia pode ajudar os pacientes diabéticos que não são obesos ou não tão pesados quanto os que participaram dos estudos. As cirurgias foram realizadas por cirurgiões altamente qualificados e os resultados com outros cirurgiões podem não ser tão bons. Não houve mortes nos dois estudos, mas houve complicações como infecções, deficiências nutricionais, perda óssea e problemas cirúrgicos que necessitaram de cirurgias repetidas para solucioná-los.
Fonte: NEJM, de 26 de março de 2012

NEWS.MED.BR, 2012. NEJM: cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para algumas pessoas com a doença. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/291955/nejm-cirurgia-bariatrica-pode-ser-melhor-do-que-o-tratamento-convencional-do-diabetes-mellitus-para-algumas-pessoas-com-a-doenca.htm>. Acesso em: 29 mar. 2012.

domingo, 25 de março de 2012

Acne: como melhorar o aspecto da sua pele?




O que é acne1?
A acne1 é uma doença inflamatória de predisposição genética cujas manifestações dependem da presença de hormônios sexuais, por isso ela é mais freqüente na adolescência em ambos os sexos. Ela pode surgir na idade adulta, principalmente em mulheres, ou persistir até esta fase.

Por que a acne1 ocorre?
As manifestações clínicas (cravos e espinhas) aparecem devido a um aumento da secreção sebácea associada a uma obstrução da abertura do folículo pilosebáceo, dando origem a lesões abertas (comedões abertos ou cravos pretos) ou a lesões fechadas (comedões fechados ou cravos brancos). Estas condições favorecem a proliferação de microorganismos que provocam inflamação2 e infecção3 no local, sendo a bactéria4 Propionibacterium acnes o agente mais envolvido no seu desenvolvimento.

Onde as lesões aparecem?
Os locais mais comuns são a face e o tronco, principalmente no dorso (nas costas), locais ricos em glândulas5 sebáceas.

O que fazer para amenizar o problema?
  • Procure um dermatologista. Este especialista é o médico mais indicado para orientá-lo sobre o que fazer.
  • Não esprema, pressione ou manipule as lesões, pois isso espalha bactérias e aumenta a chance de aparecerem cicatrizes da acne1.
  • Um produto a base de peróxido de benzoíla usado uma ou duas vezes ao dia ajuda a remover as células mortas da pele, as bactérias e a secreção sebácea que obstruem os poros. O dermatologista vai prescrever inicialmente uma concentração mais baixa e ir aumentando gradativamente de acordo com a sua necessidade. Ele também pode optar por outros medicamentos para o seu tipo de pele.
  • Limpeza em excesso pode secar ou irritar a pele sensível do seu rosto. Lave o seu rosto delicadamente, uma ou duas vezes ao dia, com um sabonete suave adequado para o seu tipo de pele, esfregando levemente com a ponta dos dedos. Não use esponjas ásperas, escovas ou grânulos de limpeza.
  • Evite produtos oleosos como cremes ou hidratantes faciais a base de óleo.
  • Use maquiagem não comedogênica, quando for necessário, mas procure manter o rosto livre de produtos químicos.
  • Procure não tocar constantemente o seu rosto.
  • Escolha um protetor solar livre de óleo e use-o diariamente pela manhã, renovando a aplicação na metade do dia. Isso protege a pele contra os efeitos nocivos dos raios solares. O filtro deve ter fator de proteção solar igual ou acima de 15.
  • Ainda não existe comprovação científica de que determinados alimentos causam acne1. A menos que você note uma correlação entre um alimento em particular e as erupções da sua pele, não restrinja a sua alimentação. Mas sempre é bom escolher alimentos como frutas, verduras e legumes devido aos demais benefícios que trazem à saúde.
Existem tipos mais graves de acne1 que precisam de um acompanhamento a longo prazo com um médico dermatologista, como por exemplo a acne1 rosácea. Peça a orientação de um profissional da saúde para cuidar bem da sua pele.

Fonte:ABC.MED.BR, 2010. Acne: como melhorar o aspecto da sua pele?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/60767/acne+como+melhorar+o+aspecto+da+sua+pele.htm>. Acesso em: 25 mar. 2012.